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Edna Mahnic fala das conquistas e luta das mulheres

por adm publicado 05/09/2018 11h05, última modificação 05/09/2018 11h05
6 de Março de 2018

A vereadora Edna Mahnic (PT) durante sessão ordinária desta segunda-feira, 05, por ocasião da passagem do dia Internacional da Mulher, explanou um balanço dos avanços, conquistas e obstáculos. Conforme ela, as mulheres de hoje é síntese das mulheres de todos os tempos, em uma linha de pensamento entre as conquistas e tropeços, “considerando que somos fruto de todos os erros e acertos históricos”, afirmou.

Dentro desse contexto, a parlamentar disse que duas conquistas no campo de direitos civis da mulher brasileira e latinoamericana chamam a atenção. “Ao fazermos uma comparação dos avanços, veremos que, em relação ao Paraguai, por exemplo – a mulher brasileira vive em um paraíso, já que o nosso vizinho andino transforma em tragédia passional o que para nós é um simples divórcio ou separação. Do outro lado do planeta, no chamado Primeiro Mundo, a Suíça só ‘liberou’ as mulheres para exercerem o direito ao voto nos anos 1980; na prática, somente em 1983 as cidadãs da pátria das finanças, da tecnologia e da pontualidade passaram a exercer esse papel cidadã”, comentou.

Conforme a vereadora Edna, mesmo com todo esse avanço não existe um dia em que os noticiários não transmitem uma ou mais ações violentas contra mulher no Brasil. “A vantagem (se é que podemos considerar assim) é que esses atos covardes estão sendo divulgados, e essa ‘publicidade’ tem causado muita indignação na sociedade, que ainda afirmou que “os dicionários da língua portuguesa têm até uma palavra específica para nomear esse triste histórico: Uxoricídio e Feminicídio”.

Nessa linha de pensamento, a parlamentar é enfática em dizer que o Brasil acompanhou de longe, mas viveu de perto a ‘Revolução Sexual’, que nasceu na Europa e Estados Unidos entre os anos 1960 e 70 “e fizemos nós mesmas nossa versão da famosa ‘queima dos sutiãs’; aqui no Brasil nós simplesmente fomos á luta, já que nosso País estava afundado em um cruel regime militar. Assim, o combate a esse regime autoritário significou nosso ‘batismo de fogo’ no restabelecimento da democracia”. Essa experiência, na visão de Edna, fortaleceu todas nós quando reagimos ao inaceitável mandonismo dos coturnos e, de quebra avançamos muito em mais um degrau de conquista. As lutas dos anos de chumbo proporcionaram a todo o Brasil, por exemplo, um colossal parque de universidades, que hoje tem na mulher a maior ocupante de seus bancos de formação e, de outros direitos, entre eles o serviço público e se consolidou de modo sofisticado.

E as relações homem-mulher tornaram-se flexíveis e complexas ao mesmo tempo. Nessa nova fase de ligação entre os dois sexos a cultura de dominação e violência contra a mulher continua a existir na sua forma explícita e também de forma velada. Nesse tempo de mudanças a própria sociedade não passou por nenhum processo de verdadeira transformação na mudança do comportamento das pessoas. Num país de mentalidade machista enraizada, a violência mostrou sua cara: aflorou e explodiu.

O escritor e cronista Nelson Rodrigues registra isso muito bem em suas obras de ficção, mas que traduzem de forma fiel o modo de pensar e as práticas internas de uma sociedade que até então praticou com ‘naturalidade’ o rapto, o estupro e a poligamia com o objetivo de povoar o território, tratando sempre o sexo feminino como objeto. Como vimos, as ligações superficiais, a posse do corpo da mulher e o jogo de interesse sempre prevaleceram.

Para a vereadora, amor, projeto familiar igualitário e ligações humanitárias raramente existiram. Mas o “mal” não está nesse ou naquele nome que se dá aos atos brutais dos homens. Em um mundo carente de igualdade, não são só as relações de gênero precisam ser melhoradas. Mesmo que muitos de nós não aceitemos ou não queiramos, há outros modelos familiares batendo em nossa porta, frutos, talvez, desse antigo descompasso entre homem e mulher. Estamos falando dos relacionamentos homoafetivos igualmente atingidos pelo chicote da dominação e da falsa moralidade. Num rápido olhar para a história vemos que essas dificuldades não são atuais, mas apenas abafados por séculos, milênios, e ainda com presença forte em muitos países da Ásia, África, América Latina.

Contraditoriamente, cita a vereadora, o mesmo capitalismo carrasco que nos esfola em nome do lucro é, em alguns setores, o responsável pela difusão de “soluções e avanços” que têm contribuído para a melhora na qualidade de vida da própria mulher. O feminicídio tomou diversas formas, dadas quase sempre pela sua simples condição imposta pela cultura machista histórica e sempre atingida por atos violentos em que fica claramente subentendida sua condição de força física inferior à do homem. Essa condição sempre prevaleceu com base na correlação de força, brutalidade e covardia praticadas pelo macho – daí o MACHISMO.

A parlamentar entende que mesmo tendo perdido a capacidade de argumentação e se mostrado sem razão, ainda assim o homem não se dá por vencido para não ter que renunciar ao seu “brinquedo”. Pior que isso: a manutenção do domínio na representação social e do mundo do trabalho. O homem insiste em manter sua fonte de prazer e realização pessoal no campo da reprodução humana. Este é o mais baixo patamar nessa trajetória de máxima exploração e desprezo pela mulher – “ser colocada como objeto ou simplesmente um animal para prazer e reprodução”

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